O ódio
ao PT e aos petistas em geral é um eixo importante sobre o qual também gira a
campanha presidencial de 2014. Esse sentimento antigo, manifestado abertamente
por adversários de influência forte no eleitorado de oposição, permanece em
estado latente e se manifesta mais claramente nas “guerras” presidenciais. Em
tempos de “paz” é cochichado pelos cantos do Congresso e, igualmente, em
reuniões sociais onde não há preocupação em expor preconceitos. Nesses salões
mais elegantes, os petistas são tratados de corja.
Recentemente,
o asco jorrou surpreendentemente da boca do senador Aécio Neves, um mineiro até
então pacato com os adversários políticos. A competição acirrada fez o
candidato a presidente pelos tucanos sair dos seus cuidados. “Sei que não vou
ganhar. Minha luta é contra o continuísmo dessa gente. É contra isso que vou
lutar”, confidenciou a Jorge Bastos Moreno, de O
Globo. Isso, ainda no início de campanha, revelou o jornalista.
Reação
incomum a do mineiro Aécio Neves, neto de Tancredo. A tradicional cordialidade
na sociedade mineira, por exemplo, aproximou o tucano Aécio do petista Fernando
Pimentel. Em 2008, firmaram a aliança, com resistências no PT, para eleger o
prefeito de Belo Horizonte. Acordo repudiado pelos petistas mineiros.
Em 2006,
o senador Jorge Bornhausen (PFL-DEM) lançou uma provocação violenta contra a
reeleição de Lula: “Vamos acabar com essa raça. Vamos nos livrar dessa raça
por, pelo menos, 30 anos”. Falhou na previsão, como se sabe. Essas são algumas
das raízes que fazem o ódio aflorar no processo eleitoral deste ano de forma
mais transparente. O sentimento espalhou-se por uma parte considerável do eleitorado.
De alto a baixo.