21 setembro 2014

Você confia no médico que lhe atende?

Moliére, o grande gênio da dramaturgia mundial (1645-1678) tinha uma querela com os médicos. Dizia ele que a Medicina não era ciência, pois sendo interpretação de sintomas e fatos era uma  Arte. Arte era o conceito de medicina nos tempos gregos, também. A Medicina estava ligada à Musica, à Harmonia. A Revolução Industrial com as descobertas científicas é que veio a colocar a Medicina como ciência. Se é ciência ou arte  é uma longa discussão, mas a pergunta que faço é: você confia no médico que lhe atende? Se ele for de plano de saúde provavelmente vai lhe atender em 5 minutos e  lhe despachar com uma bateria de exames pedidos. Se for particular vai custar os olhos da cara e vai lhe despachar do mesmo jeito com uma bateria de exames pedidos e os remédios mais caros do mercado. Alguns chegam a escrever um R (de registrado) na receita, ou seja o balconista não pode oferecer o genérico, tem que ser o do laboratório indicado. Esteja atento. A autoridade médica não é uma dádiva divina. É uma autoridade que o paciente delega a ele. A verdadeira autoridade é do paciente e não do médico. Esteja atento, sobretudo, sobre os tratamentos, mais até do que sobre os diagnósticos. Dignose qualquer pessoa faz. Diagnóstico, em tese e Lei, apenas os médicos. Mas quantos realmente tem o dom do diagnóstico correto? Porém  é nos tratamentos que a coisa pega. Médico consciencioso, que exerce a Medicina por amor ao próximo e à profissão, receita remédios que possam ser menos custosos e mais acessíveis ao bolso e manuseio dos pacientes. Médicos mercenários (e os há de montes) vão receitar remédios caros e desnecessários. Sabem por quê? Porque cada vez que você leva sua receita na farmácia fica registrado lá o CRM  do médico, e os laboratórios possuem programas de computador que rastreiam estes CRMs. O mesmo se dá tanto para medicamentos, quanto para exames pedidos e cirurgias desnecessárias. É por esses dados que os médicos queridinhos dos laboratórios, e carrascos do pacientes,  ganham passagens, subsídios para férias, congressos, e mais. Por isso, preste atenção ao médico que lhe atende. A autoridade dele não vem do jaleco branco, mas da sabedoria e humanidade, do trato  honesto com o paciente, e, como já disse: da autorização do paciente. Assim como há atores talentosos e os canastrões (que são até maioria) o mesmo se dá com os médicos. Deixei de fora disso a instável categoria dos médicos da Saúde Pública, o atendimento é ímpar, varia como as nuvens.

(Bemvindo Sequeira/R7)
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