Se algumas lideranças políticas locais seguem
apoiando candidatos próprios ou de agremiações partidárias coligadas para as
eleições de 5 de outubro próximo, o mesmo não acontece com as lideranças socialistas
e verdes. O prefeito Daniel Camargo (PSB) e a ex-prefeita Ivana Camarinha (PV) anuviam
o jogo nesse tema.
O PSB, partido de Camargo, tem Marina Silva como
candidata a presidente e Geraldo Alckmin como candidato a governador, tendo
cedido inclusive o seu vice de chapa, o deputado Marcio França. Seu partido
possui muitos candidatos a deputado federal e estadual. Estranhamente, não se
ouve nem se vê qualquer manifestação de apoio do prefeito enquanto filiado às candidaturas
e alianças dos socialistas. A movimentação feita por Camargo, que não é pouca,
vai na direção da ex-prefeita Ivana, que ainda não tem candidatura deferida
pela justiça eleitoral, mas que pertence aos quadros do PV, partido que não é
aliado do PSB.
Já o PV de Ivana Camarinha tem Eduardo Jorge candidato
a presidente, Gilberto Natalini candidato a governador e Kaká Werá candidato a
senador. Assim como acontece com o prefeito Camargo, também não se ouve nem se
vê manifestação ou material da ex-prefeita que inclua esses nomes. A campanha
de Ivana, ao menos em Pederneiras, se limita apenas ao seu próprio nome e ao do
candidato a deputado federal também pelo PV Clodoaldo Gazetta, o que parece significar
a exceção à regra.
Para o peso político que Camargo e Ivana parecem
possuir, é muito estranho não vê-los inseridos integralmente nas campanhas que
envolvem candidaturas de seus próprios partidos ou aliados. Uma omissão visível e
escandalosa que em nada contribui para o processo eleitoral como instrumento da
democracia. É uma espécie de defecção (ação de abandonar a causa) que demonstra,
até aqui, o deliberado ato de dar as costas aos partidos políticos a que
pertencem.
A poucos dias das eleições, a obscuridade leva a questionar
se Camargo e Ivana vão permanecer na postura silenciosa até acalmarem as águas, ou se vão abrir o leque de nomes de suas preferências antes do dia “d”.
Reginaldo Monteiro