O debate a ser promovido pelo SBT nesta segunda-feira (01) deve mostrar com mais clareza a estratégia dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em relação à candidata do PSB, Marina Silva, que está em trajetória ascendente nas pesquisas de intenção de voto. Especialistas consultados pelo Broadcast Político acreditam que o segundo encontro será diferente do primeiro, na TV Bandeirantes, em que as críticas de Aécio e Dilma a Marina foram sutis. "No próximo debate, Marina vai ser mais testada. Até o encontro da Band, havia uma certa prevenção por parte de Dilma e Aécio, no sentido de deixar Marina andar com as próprias pernas e ver se ela ficava de pé", avaliou Carlos Melo, cientista político e professor do Insper. "Não foi o que aconteceu. Marina mostrou que tem habilidade, teve desenvoltura no primeiro debate e começa a se perceber que não dá mais pra preservá-la", completou. "No primeiro debate os ataques entraram devagar, porque a pesquisa (Ibope) tinha acabado de sair", afirmou o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antonio Carvalho Teixeira. "A estratégia dos dois (Dilma e Aécio) foi muito mais intuitiva. Agora virá de forma organizada", defende o professor. Ele diz que, para Aécio, a ameaça imposta por Marina é imediata, com risco de deixá-lo de fora do segundo turno, mas a situação da presidente também já é bastante delicada. Por isso, deve se concretizar a teoria uma trégua entre PT e PSDB para concentrar a ação contra a candidata do PSB. "A união acontecerá porque não é mais uma eleição plebiscitária. Eles vão ter que passar a direcionar o tiroteio à Marina." Outra tendência apontada pelos especialistas é os candidatos nanicos passarem a mirar Marina - com a diferença de que não têm muito a perder. "Para eles é uma oportunidade de ganhar presença", lembra Teixeira.
01 setembro 2014
Reginaldo Monteiro
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