Tucanos e petistas desdenham publicamente da ascensão de Marina
Silva na pesquisa do Ibope. Mas as direções de campanha do PSDB e PT exibem
grande preocupação. O presidenciável tucano Aécio Neves enfrenta dificuldade
maior por contar com três semanas a menos para tentar desconstruir a imagem da
ex-ministra do Meio Ambiente e, assim, garantir a ida ao segundo turno. Dilma,
na hipótese de enfrentar Marina na segunda fase da disputa, levaria vantagem
com o rescaldo dos ataques vindos do PSDB em direção à candidata do PSB. No
debate da Band, anteontem, tanto Dilma como Aécio tiveram dificuldades para se
contrapor a Marina. Dilma questionou quais ministérios ela cortaria, ficou sem
resposta. Aécio apontou supostas incoerências no discurso, mas foi rebatido. O
presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que a campanha de Dilma não deve
ter mudanças e continuará a “mostrar o que ela fez durante o mandato”. A
própria candidata, no entanto, se apresentou muito mais confortável no debate
quando os confrontos foram com o adversário tucano. Nesses momentos, explorava
a comparação entre os doze anos de governo petista com a gestão tucana.
Enquanto o ex-presidente Lula é considerado um bom cabo eleitoral, FHC traz sua
rejeição elevada ao candidato de seu partido. Apesar de não saberem bem como
reagir, tanto tucanos como petistas acreditam que, em razão da debilidade e
falta de estrutura do PSB e de incoerências na aliança política firmada por
Marina, a candidata não conseguirá sustentar até outubro os índices alcançados
agora. A comoção pela morte de Eduardo Campos no acidente aéreo seria a maior
razão de seu súbito crescimento.
(IG)