Primeiro, um “socorrista” da cidade de Santos (SP), mentiu
descaradamente em frente à câmera da TV Globo e de outras emissoras, além de
dar inúmeras entrevistas aos repórteres presentes ao local da queda do avião do
candidato a presidente Eduardo Campos, dizendo que havia “reconhecido” o corpo
dele por meio de “seus olhos azuis”. Uma atitude absolutamente nojenta, visto
que os corpos de todos os ocupantes do avião que caiu ficaram em tal estado de
dilaceração que nem mesmo exames do que restou de suas arcadas dentárias foram
suficientes para a identificação. Não havia corpos e sim milhares de
fragmentos, que só mesmo um exame de DNA conseguiu saber quem era quem naqueles
destroços da tragédia. Depois, no enterro de Campos, uma mulher ainda
não identificada teve a repulsiva atitude de tirar uma “selfie” praticamente
debruçada em cima do caixão do falecido candidato à Presidência. Foi flagrada
por um fotógrafo esperto que tratou de espalhar a imagem por toda a internet. A
atitude daquela mulher foi muito mais que um desrespeito aos familiares e
verdadeiros amigos de Campos: foi um ato de uma ausência total de sensibilidade
que não consigo dimensionar em palavras. Agora vejo celebridade e subcelebridades
brasileiras jogando baldes de água gelada em suas próprias cabeças,
‘macaqueadamente’ imitando artistas americanos que estão fazendo o mesmo em
apoio a quem sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença degenerativa
que faz a pessoa não ter mais qualquer controle de sua musculatura, o que leva
a dificuldades imensas e angustiantes para engolir alimentos, beber líquidos,
falar e até mesmo respirar. Um sofrimento indescritível, mas que afeta a uma
porcentagem muito pequena da população mundial, algo em torno de duas pessoas a
cada mil. As três situações que citei acima soa exemplos perfeitos de que a
escrotidão humana na internet chegou a patamares muito mais que alarmantes.
Estamos mesmo chegando ao ponto em que voltaremos todos a viver em árvores e
praticar o canibalismo.
Por Regis Tadeu
(Yahoo)